20 de maio de 2024

DESARQUIVAR A DEMOCRACIA

DESARQUIVAR A DEMOCRACIA é um projeto educativo de cidadania democrática que, com base nos arquivos da Fundação Mário Soares e Maria Barroso, procura proporcionar aos jovens estudantes a oportunidade de refletir criticamente sobre o passado e, desse, modo, compreender melhor o presente e projetar o seu futuro.
No âmbito do cinquentenário da Revolução de 25 de Abril de 1974, que abriu caminho para a construção de um Portugal livre e democrático, o projeto pretende chamar a atenção, junto das gerações mais jovens, para a importância não apenas de preservar, mas, acima de tudo, de viver a Democracia e reforçar a ideia de que os arquivos, longe de serem lugares fechados ou "mortos", podem ser espaços de descoberta, de confrontação com o passado e de construção de conhecimento, indispensáveis para o desenvolvimento de uma cidadania democrática, participada e crítica.
Em várias sessões ao longo do ano letivo, os alunos do ensino básico e secundário receberam formação, pensaram nos temas mais prementes e atuais e pesquisaram imagens e textos nos arquivos da fundação (http://casacomum.org/cc/arquivos), para prepararem conteúdos para publicar numa página de Instagram do projeto.

A imagem aqui selecionada mostra um artigo do jornal República, apelando ao voto livre, censurado pelo "lápis azul" do Estado Novo: "Não pode haver eleições sem liberdades e sem que os cidadãos possam votar em quem quiserem" (13 de outubro de 1961) (Fundação Mário Soares e Maria Barroso - Casa Comum // Arquivo Jaime Carvalho Duarte // Pasta: 04529.057)
Um grupo de alunos (Afonso Rodrigues, Bruno Costa, João Carlos, Murilo Cândido e Theo Soneghet, do 12º A da Escola Secundária Domingos Sequeira (@becre.esds), em Leiria) selecionou esta imagem nos arquivos da FMSMB e justificou a sua escolha:
PARTICIPAÇÃO POLÍTICA / VOTO:
"O documento apresenta a "liberdade" que as pessoas tinham para votar durante o Estado Novo, onde uma mera página de um jornal que apela ao voto livre é simplesmente censurada pelo lápis azul, o sistema de censura que existia durante a ditadura de Salazar.
Graças às pessoas que lutaram pela sua liberdade e os seus direitos, hoje já podemos votar nos deputados e/ou partidos políticos que quisermos, direito que os portugueses não tinham no Estado Novo."



A imagem aqui selecionada mostra um depoimento de jornalistas após a publicação de artigos sobre o massacre de Santa Cruz, apelando ao governo da Indonésia para garantir o acesso à informação sobre o acontecimento. "Journalists dismissed for doing their job [Jornalistas dispensados por fazerem o seu trabalho]" (Bruxelas, Bélgica, 17 de janeiro de 1992). O autor da carta foi Aidan White. (Fundação Mário Soares e Maria Barroso - Casa Comum // Arquivo da Resistência Timorense // Pasta: 11030.060)
Um grupo de alunos (Afonso Vieira, Gustavo Daniel, Pedro Fidalgo, João Camacho e Manuel Mónico, do 12º A da Escola Secundária Domingos Sequeira (@becre.esds), em Leiria) selecionou esta imagem nos arquivos da FMSMB e justificou a sua escolha:
LIBERDADE DE EXPRESSÃO:
"Escolhemos este documento, pois consideramos que os acontecimentos pós-25 de abril devem ser lembrados, inclusive a opressão da liberdade de expressão como o documento descreve. Demonstra a denúncia da repressão do poder da Indonésia sobre o povo timorense, assim como a censura aos jornalistas que reportaram o massacre."





As imagens aqui selecionadas mostram uma notícia do Jornal "O IMIGRADO PORTUGUÊS", (Paris, França, s.d.), com o título "Pela liquidação dos "bidonvilles"; Pelo realojamento humano dos trabalhadores emigrados". (Fundação Mário Soares e Maria Barroso - Casa Comum // Arquivo Vítor Cabrita Neto // Pasta: 02970.003.004)
Um grupo de alunos (Rodrigo, Afonso, Vicente, Tiago e Santiago, do 12º A da Escola Secundária Domingos Sequeira (@becre.esds), em Leiria) selecionou estas imagens nos arquivos da FMSMB e justificou a sua escolha:
IMIGRAÇÃO: "Os maires comunistas parisienses pretendiam realojar os portugueses residentes nos bairros-de-lata (bidonville), devido ao aumento de casos de turberculose e úlceras.
Tal como hoje em dia, em que a imigração é considerada um problema aqui em Portugal, não podemos esquecer que, no passado, nós também fomos imigrantes noutros países."



A imagem aqui selecionada mostra um "Boletim de voto das eleições para a Assembleia Constituinte" (s.l, 1975). Aspeto do boletim de voto do círculo eleitoral de Lisboa utilizado nas primeiras eleições livres que decorreram em Portugal a seguir ao 25 de Abril.(Fundação Mário Soares e Maria Barroso - Casa Comum // Arquivo Teófilo Carvalho dos Santos // Pasta: 04692.024)
Um grupo de alunos (Bernardo Ramos, Diogo Ruivo, Gabriel Oliveira, Tomás Matias e José Rodrigues, do 12° A da Escola Secundária Domingos Sequeira (@becre.esds), em Leiria) selecionou esta imagem nos arquivos da FMSMB e justificou a sua escolha:
Participação política: "Escolhemos esta fotografia, pois achamos de extrema relevância histórica. A mesma testemunha as primeiras eleições livres, algo que nos permitiu alcançar finalmente um sentimento de liberdade, consequência direta da Revolução dos Cravos.
É interessante ver os partidos presentes no boletim e compará-lo com a atualidade partidária. Este documento é o símbolo do sucesso da democracia em Portugal, pois foram os deputados da Assembleia Constituinte que elaboraram a Constituição que ainda hoje continua em vigor."



A imagem aqui selecionada mostra "Salazar no seu gabinete de trabalho, no Palacete de São Bento, com uma moldura do ditador italiano Benito Mussolini na secretária" (Lisboa, s.d.) (Fundação Mário Soares e Maria Barroso - Casa Comum // Arquivo Manuel Mendes/MNAC - Museu do Chiado // Pasta: 0467.000.003)
Um grupo de alunos (Gonçalo Sendas, Eduardo Santos, Dinis Frade e Ivan Domingues, do 12° A da Escola Secundária Domingos Sequeira (@becre.esds), em Leiria) selecionou esta imagem nos arquivos da FMSMB e justificou a sua escolha:
EXTREMA-DIREITA:
"Decidimos escolher este documento porque retrata como várias vertentes da extrema-direita interagem e se associam, tirando inspirações e modelos umas das outras. Neste caso, demonstra que as ideias se perpetuam no tempo e os fenómenos se repetem.

Sem comentários:

Enviar um comentário